Nalbert homenageia “ídolo” Bebeto de Freitas: “O esporte deve muito a ele”
Ex-jogador da seleção brasileira ressalta importância do ex-treinador para a popularização e desenvolvimento do vôlei: “Comecei a jogar muito por causa dele”
Nalbert lamenta morte de Bebeto de Freitas
Campeão olímpico no vôlei, Nalbert não poupou elogios a Bebeto de Freitas, que morreu nesta terça-feira. Aos 68 anos, o ex-técnico da seleção brasileira de vôlei sofreu uma parada cardíaca na Cidade do Galo e faleceu. Emocionado, Nalbert enalteceu seu ídolo e ressaltou a importância do comandante da “geração de prata” para o vôlei brasileiro e mundial.
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– Antes de mais nada, para mim é um ídolo. Comecei a jogar por causa dele. Ele era um mentor. Ele e Jorge Barros começaram com todo esse trabalho. Fizeram o vôlei popular. Pequeno comecei a jogar. Muito por causa deles, da primeira medalhas em Los Angeles em 1984. Foram os grandes responsáveis pela escola de voleibol brasileira. Se o Brasil é tão respeitado, a gente deve muito ao Bebeto. Bernardinho e Zé Roberto, tenho certeza, que eles têm muito do Bebeto, trabalharam com ele, dão uma continuação. É uma escola criada a partir dele. Estou emocionado porque o vôlei mundial deve demais ao Bebeto – afirmou em choque.
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Mas para Nalbert, o impacto de Bebeto não foi apenas dentro das quadras. A personalidade do ex-dirigente também foi importantíssima para o desenvolvimento do vôlei e de outros esportes brasileiros.
– Ultimamente, lembro dele como combatente do nosso esporte. Um dos poucos que falava. Esses problemas que tivemos na CBV. Ele era um dos poucos que cobrava todo mundo. Se não formos nós a cobrar, eles vão continuar mandando. Graças a voz dele, os atletas se unem mais, hoje os esportistas se unem mais, e há grandes mudanças no esporte brasileiro. Além de um percursor do vôlei, um gênio, é de um apaixonado pelo esporte. Um cara que lutou pelo último dia pela paixão da vida dele, que era o esporte. Então que fique essa marca. É um dos grandes nomes da história do esporte brasileiro. O esporte brasileiro também (deve muiito a ele) pela voz que foi, pelo crítico, combatente por um esporte justo, ético. Muito obrigado a todos os atletas e ex-atletas. Se hoje existe todo esse profissionalismo no vôlei, se há uma estrutura legal, deve-se muito a esse pessoal. Um grande pesar pelo que estamos vivendo aqui hoje. O Bebeto é uma das figuras únicas do esporte brasileiro.
Nalbert ainda recordou um dos momentos mais marcantes da sua carreira com Bebeto de Freitas.
– No Mundial de 1998, numa semifinal, eu era capitão da seleção brasileira, contra a italiana, bicampeã mundial. Foi 3 a 2. Uma das cenas mais marcantes da minha carreira foi essa. A Itália ganhando do Brasil num jogo histórico, semifinal de mundial, e o Bebeto não se mexeu, parado, imóvel, em respeito – contou (veja no vídeo abaixo).
Paulo Roberto Freitas, o Bebeto de Freitas, tem extensa carreira esportiva: foi jogador e técnico da seleção brasileira de voleibol. Como atleta, participou dos Jogos Olímpicos de Munique 1972 e Montreal 1976, como treinador da “geração de prata” nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles. No futebol, teve a primeira passagem pelo Atlético-MG em 1999. Trabalhou no clube ainda em 2001. Foi presidente do Botafogo entre 2003 e 2008. Posteriormente, voltou ao Galo como diretor-executivo, em 2009. Assumiu a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer na gestão de Alexandre Kalil na prefeitura de Belo Horizonte, no início de 2017. Com a eleição de Sérgio Sette Câmara para presidente do Atlético-MG, no final do ano passado, retornou ao clube, desta vez no cargo de diretor de administração e controle.
Bebeto havia participado normalmente do lançamento do time de futebol americano do Atlético-MG, o Galo FA, em evento que ocorreu no fim da manhã desta terça. Após a cerimônia, os convidados se dirigiram ao hotel do clube, na parte superior do centro de treinamento. Bebeto de Freitas sentiu mal, enquanto apresentava as acomodações da concentração atleticana, e chegou a receber o primeiro atendimento médico em um dos quartos do prédio.